sábado, 31 de janeiro de 2009

Strawberry fields forever



A Abbey Road, em Londres, será sempre lembrada como a rua que foi capa de um disco dos Beatles. Há 40 anos, numa foto atravessando a faixa de pedestres, os Beatles a colocariam em nossos corações para a vida toda! Nunca uma capa de disco foi tão famosa!

Cresci embalada pelas canções dos Beatles!

A história dessa banda de rock, é um pouco da história de uma geração que levantou várias bandeiras. Uma geração que foi à Índia com eles, que descobriu os gurus e que queria lutar pela paz. O mundo inteiro cantava os Beatles!

Mas faltava espaço para egos tão grandes conviverem. Eles precisavam se separar. E assim em 1969, numa histórica aparição, os Beatles tocaram juntos pela última vez. No dia 30 de janeiro surgiram no telhado da gravadora Apple, em Londres, para um lendário concerto.

Foram poucos anos. Intensos mas poucos. Não mais que uma década de sucesso absoluto. Mas viver não é tão simples nem tão fácil. E assim, cada um foi tentar administrar seu próprio ego em diferentes lugares.

Mas para quem os amou eles serão eternamente lembrados como os meninos de Liverpool, cujas canções foram gravadas em cada canto deste planeta, por um número interminável de vozes. De Frank Sinatra a Pavarotti, todos queriam cantar Yesterday, Something, Hey Jude, Let it be, Here there and everywhere.

Até hoje, já venderam quase dois bilhões de discos! E muita coisa já se disse e ainda vai se falar a respeito deles. Há muitas histórias, muitas lendas!

John Lennon e Paul MacCartney...quem não conhece?
A dupla musical mais celebrada do planeta!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Quando te encontro






Faço poesia quando te vejo
Chego perto bebo teu olhar

Me agasalho em teus cabelos
Engulo tuas palavras

Invento mágicas...nasço outra vez
Volto em estrelas
Fabrico luzes

Depois

Fico invisível
Me escondo em tua cama...


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

'Pra não dizer que não falei de flores' ...Vandré

Fotografia de Stephane Negruth
Há pessoas hostis, sim! Dessas que o ranço que cultivam é gratuito, sem razão para existir. Quer dizer, sem razão em parte, porque na verdade todos nós temos, pelo menos de vez em quando, motivos para detestar tudo e todos! 

Mas, falo aqui, daquele ranço permanente e sólido, que ninguém e nada consegue quebrar. Uma antipatia constante, contínua, que afasta a mais generosa das criaturas. Pois encontrei hoje alguém assim. Na verdade não encontrei, esbarrei, colidi com...Encontrar é uma palavra doce e bonita. Não, definitivamente ela não cabe aqui. ‘Encontrar’ pode ser o melhor verbo para se conjugar!

Essa pequena criatura – pequena na estatura moral – olhava para o mundo e tudo que estava à sua volta com verdadeira aversão, quase com repugnância. Fui obrigada a observá-la. Ela está acostumada a levantar todas as manhãs e lançar um olhar de banda para o dia, com desdém, sabendo que tudo será ruim, muito ruim.

Pois encontrei essa criatura...logo eu que acordo feliz de ainda viver, me certificando, ao abrir os olhos, se realmente respiro. Com medo talvez de um dia, ao despertar, me descobrir um inseto, como Gregor Samsa. Mas minha imaginação é menor que a de Kafka. Então todos os dias acordo a mesma. E fico feliz por isso!

Fico pensando se não coloquei mais azedume do que realmente havia... Mas eu sempre exagero quando conto minhas impressões e sentimentos! Não, Neruda, não aprendi o 'talvez' ! Vivo me saciando de tristezas e alegrias!

“No se trató de palma o de partido
sino de poca cosa: no poder
vivir ni respirar com esa sombra,
com esa sombra de otros como torres,
como árboles amargos que lo entierran,
como golpes de piedra em las rodillas.
Tu propia herida se cura com llanto,
Tu propia herida se cura com canto...
Muy bien, pero mi oficio fue
la plenitud del alma...

Me gustaba crecer com la mañana,
Esponjarme en el sol, a plena dicha
de sol, de sal, de luz marina y ola,
y en ese desarrollo de la espuma
fundó mi corazón su movimiento:
crecer com el profundo paroxismo
y morir derramándose em la arena.”

El grande Pablo Neruda!


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

As veredas do sertão


fotografia de Katia Chausheva













 Um dia, Guimarães Rosa juntou-se a alguns bois e meia dúzia de boiadeiros, e foi viver sua aventura! Embrenhou-se pelos cerrados de Minas Gerais, para escrever o que se tornaria seu mais belo livro! Seu Grande Sertão: Veredas.

Ele foi só um menino míope que nasceu na boca desse sertão, com uma infância solitária, povoada de bichos, livros e travessuras. Mas João, entendia de coisas e gente! E foi doutor, embaixador, diplomata!

E quando fala do sertão é com uma carga de emoção, que transforma o universo natural em universo humano! Ele conta de maneira subjetiva, profunda, a história de homens simples falando a linguagem do próprio sertão! Mais que isso...inventando uma outra forma de falar! Pondo palavras novas nessas bocas que ele arranca do fundo desses confins, para jogar no 'remoinho', no meio, no mundo!

Pois a obra desse grande escritor ultrapassa a dimensão de literatura regional, e salta para uma nova extensão, se torna universal! Vai ser arte, pela imensa beleza e força de seu texto!

Assim faz o artista verdadeiro...recria o real! Transfigura, vai buscar dentro dele a emoção para compor um outro universo - o seu, particular!


“O real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.” Pois Guimarães Rosa morreu, inesperadamente, num dia de novembro de 1962, horas depois de dizer, ao ser empossado na Acadenia Brasileira de Letras, que ‘as pessoas não morrem...ficam encantadas.’

João Guimarães Rosa ficou encantado para sempre!

“O poeta não se traça programas, porque a sua estrada não tem marcos nem destino. Não se aliena, como um lunático, das agitações coletivas e contemporâneas, porque arte e vida são planos não superpostos mas interpenetrados, com o ar entranhado nas massas de água, indispensável ao peixe - neste caso ao homem, que vive a vida e que respira a arte. (...)
E o incontentamento é o seu clima, porque o artista não passa de um místico retardado, sempre a meia jornada. Falta-lhe o repouso do sétimo dia. Não tem o direito de se voltar para o já- feito, ainda que mais nada tenha por fazer.
"A satisfação proporcionada pela obra de arte àquele que a revela é dolorosamente efêmera: relampeja, fugaz, nos momentos de febre inspiradora, quando ele tateia formas novas para a exteriorização do seu magma íntimo, do seu mundo interior. (...)
Pinta a sua tela, cega-se para ela e passa adiante. E no caso dos poetas, serenidade não é estagnação, e o brilho da face viva nada rouba à projeção poderosa da profundidade.” (...)

* Trechos de um discurso proferido por Guimarães Rosa em agradecimento  a um prêmio concedido pela Academia Brasileira de Letras.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Na bruma...sozinho


Hoje quero escrever sobre ele: Torquato Neto!
Foi poeta, jornalista e letrista de música. E quase ninguém mais lembra dele. É...somos assim, 'rei morto, rei posto', há muita coisa para lembrar! Ele se foi e com ele a nobreza de alma, a dignidade, uma imensa sensibilidade e quem sabe lá o que mais...
Certas coisas me comovem! Há pessoas que me fazem pensar profundamente, que me inspiram!

Torquato Neto foi parceiro em várias canções de gente como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Edu Lobo.

Dizia que um poeta não se fazia só com versos. Era preciso mais, muito mais. Era preciso coragem, correr riscos, enfrentar
os perigos. E 'são demais os perigos dessa vida' disse Vinicius, nosso poeta maior!

Ser poeta é não ter medo! É inventar e recriar
cada instante! É destruir a linguagem e explodir com ela!

Torquato Neto trancou a porta e abriu o gás, no dia 10 de novembro de 1972, no Rio de Janeiro.

Porque você desistiu poeta?

E antes de ir embora, deixou o seguinte bilhete:
"Tenho saudade, como os cariocas, do dia em que sentia e achava que era dia de cego. De modo que fico sossegado por aqui mesmo, enquanto durar. Pra mim, chega! Não sacudam demais o Thiago, que ele pode acordar".
Thiago era o seu filho...

É, não sacudam...ele pode acordar e descobrir coisas que não irá gostar!!

Você se cansou muito cedo! Mas que sei eu de mágoas tão profundas? E quem pode saber qual o limite que cada um suporta! Nada sabemos de nada! Quantos cabem em nós? Quantos se escondem, esperando a vez de surgir, de nos surpreender? Carregamos uma multidão dentro de nós! Somos eternos viajantes à procura de algo que não sabemos aonde está...nem se existe!


Cogito

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim

Torquato Neto

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Borboletices




Chove poesia azul na minha mão

E da terra quente

Uma borboleta

brota em uma flor

A poesia é melhor


Eu era criança ainda, quando ouvia meu pai contar do Barão de Itararé. Guardei para sempre esse nome na lembrança! Algum tempo mais tarde, ganhei um livro dele.

Apparício Torelly, esse era o seu verdadeiro nome. Gaúcho, poeta, jornalista, matemático, cientista, político, teatrólogo, mas foi como humorista que ficou conhecido.


Acho que ele foi o grande inspirador da turma que fundou o Pasquim. Veio pro Rio em 1925 e foi trabalhar n´O Globo. E é aí que a história dele começa de fato. Pouco tempo depois, troca de jornal, indo para ‘A Manhã’. Adota, então, o nome de Barão de Itararé e mais tarde, funda A Manha, numa ironia ao outro. Terrível ele era!! Nesse ‘pasquim’ fazia gozação de tudo. E em plena ditadura de Getúlio Vargas, foi preso e espancado diversas vezes e teve seu pequeno/grande jornal fechado em várias ocasiões. Mas parece que nada lhe fazia calar a boca!


Ele era uma espécie de Mencken tupiniquim, nosso iconoclasta! E de uma inteligência e humor muito agudos! Fazer rir é mais difícil que fazer chorar, dizem, e ele fazia as pessoas rirem! Há todo um foclore em torno de sua figura. Dizem que certa vez, numa aula de anatomia, ( ele estudou medicina...curso que nunca terminou) um professor lhe fez a pergunta: ‘Quantos rins nós temos?’ Ele nem piscou: ‘Quatro’, disse. E antes que o professor tivesse um ataque de espanto, explicou: ‘ Dois eu e mais dois o senhor.’ Muito irreverente ele era!


Dizem também, que após ser espancado por militares, na ditadura de Getúlio, pendurou na porta de sua sala, uma placa com a inscrição ‘Entre sem bater’. Algumas de suas frases foram incorporadas para sempre ao anedotário nacional. ‘ Há algo no ar, além dos aviões de carreira’... quem não conhece! Ele foi o senhor das frases! Colocava em seu jornal, manchetes do tipo ‘Haja o que houver, aconteça o que acontecer, estaremos com o vencedor’.


Também gosto quando ele define banco como uma instituição que empresta dinheiro, se você apresentar provas de que não precisa dele! Cada vez que era preso, dizia que se enclausurava para meditação e retiro espiritual.

Mas uma das coisas mais geniais que disse, foi um pouco antes de morrer, justificando a morte: ‘O triunfo duma revolução socialista definitiva, que reduz os seres dos três domínios – mineral, vegetal e animal – a uma classe única’.


Apparício Torelly foi, talvez, o rei da imprensa alternativa. E se autodefinia como ‘um marxista esotérico’ . Hoje, acho que seu sucessor mais legítimo seja Millôr Fernandes! Mas você pode discordar, se me explicar as suas razões...e pricipalmente, se você conhecer outro tão transgressor quanto o barão, por favor, me informe...vamos polemizar!


E mais que tudo, ele considerava a ciência uma arte.


E a poesia, claro, o mais alto ramo das ciências!



sábado, 10 de janeiro de 2009

A poesia é mel

Atravessar o rumor das ruas
Mastigar os passos
E das árvores, sob o olhar
Colher uma tarde

~~

Só gosto da poesia que é mel
Não gosto dela dura, fria, salgada...
Não gosto da poesia fel

A palavra não precisa rimar
É só nos levar pro céu!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A última flor


Há alguma coisa que
Pressinto em teus cabelos
Como nos dedos do vento
A chuva, à tarde

Há alguma coisa
Que não dizem
Teus lábios e que escondes
Nas tranças do tempo

Alguma coisa que vagueia
E que não pousa...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

O Poema de Welles



Lendo uma matéria sobre o cineasta Martin Scorsese, me deparei com uma declaração que me deixou fascinada. Diz ele: “Fiquei a noite inteira sem dormir depois que vi ‘Kane’ pela primeira vez."
Scorsese não foi o único a perder o sono por causa do filme! Eu sempre que revejo fico cismada por algum tempo. Dizem que Cidadão Kane mudou a história do cinema! Eu acho que assim acontece quando aparece um gênio. Van Gogh, fez uma transformação no mundo da pintura.
Picasso, Kandinsky e Cézanne foram únicos e reescreveram a história da pintura. Os gênios é que dão o pontapé inicial. Às vezes, o mundo só vai poder entendê-los e assimilá-los muito tempo depois. Está aí o que eu acho uma injustiça muito grande, porque o artista morre antes de receber carinho e reconhecimento. Morrem tristes e sozinhos.
Picasso foi gênio até nisso, soube comercializar sua obra! Ganhou dinheiro, ficou rico e foi amado! Mas nem tudo foram flores na história de Orson Welles. Ele foi muito aplaudido, porque a crítica, os grandes jornalistas, os intelectuais do mundo inteiro gostaram do seu filme. Mas levou também algumas pedradas. Recebeu várias indicações para o Oscar, mas a Academia sempre conservadora não lhe deu estatuetas. Mas isso pouco importou, porque foi consagrado pela imprensa como o melhor filme daquele ano.
Ninguém contesta o fato de que Welles fez uma obra-prima! Scorsese disse que nenhum outro filme influenciou tantos cineastas nesses últimos 60 anos. Em mim, Cidadão Kane provoca sempre uma revolução. Talvez eu também tenha o meu ‘Rosebud’! Talvez por essa razão, Cidadão Kane cause em mim uma reação devastadora.
A resposta está lá, na infância mágica de todos nós. Parece que nenhuma outra palavra na história do cinema faz sombra a ‘Rosebud’. Cidadão Kane é obrigatório!! É em preto e branco, meio desbotado, mas ainda assim um dos mais pungentes filmes feitos até hoje. Impossível sair igual dele!
É uma viagem à alma de um homem!



domingo, 4 de janeiro de 2009

A vida é linda...mas é nada



Estava olhando a rua lá fora e pensando em todos os escritores malditos que conheço.
Naqueles desesperados, não malucos. Naqueles consumidos pela angústia mesmo.
Nos que nem dormem, porque a vida não permite. Não há tempo e a vida é nada.

Lembro da amargura de Fernando Pessoa. Das frases quase no limite da loucura, de Lispector. De Rimbaud cuja poesia se confunde irremediávelmente com sua história de revolta e desespero. Verlaine diz sobre ele - vivendo a própria ‘vida inimitável’. E tem um Caio Fernando Abreu e os que queimaram a vida, os Cazuzas, Leminskis e os Baudelaires. Todos consumidos pela aflição e sofrimento e agonia!

Li por aí que há laços de família entre os que escrevem. E deve haver, pois todos se parecem!
Há laços de família entre aqueles que chegam muito perto dos precipícios! Há laços sim, entre os que tentam vislumbrar o fundo dos abismos. Há laços entre os que espreitam por entre as frestas das janelas tentando decifrar o mundo lá fora. Os que olham os carros parados nos sinais fechados e enxergam além, muito além dos congestionamentos. E os que se reconhecem em olhares e palavras e gestos e se comovem e não desperdiçam cada emoção rasteira! E fazem do outro a sua quase extensão! E apesar disso, são sozinhos...

“Mas na alma me resta / Um vago sorrir tardio, /
Fresta de sonhar / Luz de não sei que
barco / porque lago / Sob que luar.”

Fernando Pessoa

sábado, 3 de janeiro de 2009

A Carmen de Godard






Por estes dias de menos festas que ressacas, aproveitei para rever um filme de Jean-Luc Godard. Que fotografia maravilhosa! Estou cansada de saber, que razões culturais são o principal motivo disso. Mas observando melhor, percebi um detalhe que parece fundamental...a velocidade com que as cenas se desenvolvem! Aquela loucura do cinema americano, não existe no europeu. E embora os ingleses carreguem a fama de fleumáticos, ninguém supera os franceses nisso, quando se trata de cinema. Os filmes franceses parecem poemas que vão se desenrolando lentamente!


Amo cinema francês, para o desespero de quem comigo esteja! Sim, porque a maior parte das pessoas adora os filmes de ação americanos. Eu também gosto! Há alguns muito interessantes! O problema é que aprendo pouco com eles! E se vc só vê isso, acaba ficando meio limitado nessa questão. Muito espertinho, mas sem conhecer e sentir as sutilezas do cinema enquanto arte. Mas eu queria comentar sobre essa Carmen de Godard, que nasceu da ópera de Georges Bizet. Belíssima ópera ( meu filho a pediu no aniversário, aos treze anos ) que conta a vida de uma mulher sedutora e temperamental...isso para ser suave com ela!


Godard já estava, como dizem, pendurando as chuteiras quando resoveu fazer a versão dele. O seu olhar sobre Carmen! As cenas de nudez são tão naturais, tão desprovidas de malícia, tão castas, se assim se pode falar, que quase passam despercebidas! Mas a fotografia que Godard concebe para o filme é fantástica!! As imagens do mar entre uma cena e outra... Eu que gosto tanto do mar...ah! Godard deve amar o mar ! Porque esse elemento da natureza entra só para afirmar sua paixão! Carmen de Godard! Moderna, mas tão malvada quanto a primeira!


Ah...o cinema francês!

Ah...esse eterno enfant terrible!!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

De deuses e homens





Hoje vendo na tv a posse do novo prefeito, confesso que fiquei animada. Tomara que essa vontade de fazer as coisas certas e principalmente de fazer as coisas, não arrefeça! Não sou alguém guiado pela fé cega, que faz milhões de pessoas pelo mundo, cumprirem rituais religiosos. Para acreditar, preciso de um mínimo de sinais.

E como disse Mencken, poucos fatos vejo, nessa vida, que comprovem existências de deuses ou vidas depois desta. Sou cética? Talvez sim. Não venero o deus das guerras, das misérias, da fome, da dor, do desespero! Então, em que acredito? Acredito em Deus... mesmo que sob uma visão muito particular.

Meu Deus não decide por minha vida. Acredito que ele seja essa força, essa energia que está dentro de uma semente e que faz uma flor se abrir! Que faz com que eu busque dentro de mim emoções já vividas que tenham o poder de me fazer melhor! De nada adianta pedir à ele! Porque ele somos nós! Somos nós a força e o poder!

Portanto, a grande mudança começa em nós! Somos no universo inteiro, um pedaço dessa energia. Assim é o meu Deus...ele está intimamente ligado a mim! E a minha melhor oração, a que é realmente eficaz, é a que faço comigo mesmo, com meus propósitos e sentimentos! É o respeito pelos milhares de pedaços desse deus, que se dividem pelo mundo, que fará de nós pessoas mais felizes! E desse planeta que habitamos, um melhor lugar para viver!

Nós somos a nossa salvação!

Pois tomara que esse novo prefeito olhe para dentro de si mesmo!
Tomara que ele cuide desse pequeno deus que lhe pertence!